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Carta - Carpe Diem, sim senhor!


Ó, capitão! Meu capitão!

O mundo pode ser bem mais sombrio do que uma caverna. Viver o verso da vida ao invés de somente ler sobre ela é um enorme desafio. É um acordar constante aonde nossos sonhos e pesadelos disputam lugar para criar raízes. E, ainda assim, é preciso torná-la “extraordinária”. 

Há de se libertar a imaginação, os amores ocultos, os mistérios e, principalmente, se arriscar. Jogar os dados e tentar enfrentar da melhor maneira possível todos os perigos que surgem a cada rodada nesse grande tabuleiro invisível. Decifrar os enigmas e não perder a essência: "o homem da floresta escura, caça em você a criança pura". 

(Foto: reprodução - "Jumanji", 1995)

Para muitos, não é fácil seguir o ritmo do relógio, do tempo certo e adequado para tudo. Isso pode ser aprisionador. Claustrofóbico, eu diria. No entanto, em algum momento, é inevitável deixar o Pan crescer. Rasgar a página que o prende e ver a beleza que existe em seguir adiante. É a poesia contida na jornada contra a conformidade. Até mesmo um homem bicentenário - feito de lata e com um coração artificial - quer evoluir. Só não vale perder o riso pelo caminho. Ele é mágico, possui propriedades de cura e, junto ao amor, é contagiante. 

Ah, meu amigo, desde já, fique tranquilo. Jamais esquecerei certos conselhos. Não é preciso subir na mesa para encarar perspectivas diferentes. Mas, se for necessário, não irei dispensar o seu velho ritual. Sei o quanto é indispensável sair regularmente da zona de conforto. Experimentar modos de fazer o mundo, tornar estranho o que é familiar e dar licença à uma dose de loucura. “Tirar a essência da vida, não se afogar nela”. 

(Foto: reprodução - "Sociedade dos Poetas Mortos", 1989)

Hoje, não há feixes de luzes das lanternas dançando pela floresta em busca de aventuras. A caverna está silenciosa. Há uma sensação oca de saudade no ar. O fantasma do futuro está em conflito com o passado se fazendo presente naquelas paredes. Ainda assim, há uma paz acolhedora e o brilho da memória que irá ecoar por muitos e muitos anos. Nenhuma poesia será declamada nessa reunião. Entretanto, quase posso escutá-lo sussurrar: carpe diem

Estamos todos de pé. 

(Foto: reprodução - "Chinese Theater", Hollywood)

*Em homenagem ao ator Robin Williams (1951-2014) e sua trajetória cineliterária.

Emily Antonetti

2 comentários:

  1. segurando as lágrimas
    ator maravilhoso! tão triste que tenha partido antes da sua hora!
    ótimo texto!

    bjinhus

    Dudi

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