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"Palavras invisíveis": um livro que você provavelmente não poderá ler!


Imagine acordar de manhã e encontrar um pacote misterioso entregue pelo carteiro em sua casa. Rasgando a embalagem, eis que surge o presente: um livro de crônicas inéditas de alguns dos seus autores favoritos. Uma dádiva inesperada dos deuses farejadores do cotidiano e das palavras escritas para enriquecer o seu dia. No entanto, ao abrir a primeira página você se depara com uma brancura infinita em um mar de pontinhos em relevo – e assim permanece. A obra está em braille e, sem esse conhecimento, talvez você nunca possa desvendá-la.   

(Foto: reprodução - livro "Palavras Invisíveis")

É dessa maneira que o livro “Palavras Invisíveis”, projeto da Fundação Dorina Nowill para cegos, chega – a princípio – ao lar de diversos formadores de opinião do país. A proposta é fazer com que o público vivencie uma experiência frequente na vida de uma pessoa com deficiência visual: a falta de acessibilidade na comunicação. E, com isso, despertar a população ao fato de que menos de 5% das obras disponíveis no mercado editorial brasileiro possuem versão em áudio, fonte ampliada, braille e/ou formato Daisy (sigla para digital accessible information system ou sistema digital acessível). 

Em “Palavras Invisíveis”, o ponto de partida para as crônicas é o tema “tudo aquilo que não se pode ver”. Para tal missão, foram convidados os autores Luis Fernando Verissimo, Lya Luft, Eliane Brum, Ivan Martins, Fabrício Carpinejar, Martha Medeiros, Tati Bernardi, Carlos de Britto e Mello, Antônio Prata e Estevão Azevedo. Especialistas na arte de transportar, com um tom amigo, vitalidade e sensibilidade aos assuntos do dia-a-dia. 

(Foto: reprodução - livro "Palavras Invisíveis")

A obra literária jamais ganhará uma versão em tinta. Mas, ao contrário do que acontece no processo inverso, é possível ter acesso ao seu conteúdo por meio de um audiobook disponibilizado online. Nele, a tradução das informações fica por conta de pessoas com deficiência visual que leem os textos publicados em braille para a câmera. É possível conhecer um pouco sobre cada um dos participantes e acompanhar a descrição visual como um todo.  

“Palavras Invisíveis” está aí para destacar a importância do acesso universal à cultura e do surgimento de mais iniciativas inclusivas. O livro pode ser encontrado nas principais bibliotecas públicas do país e também está disponível no mercado. Um segundo volume está sendo cogitado e já possui um leque de novos autores interessados em participar da futura edição. 

Ficou interessado? Conheça o projeto e as histórias completas clicando aqui

Emily Antonetti


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